sábado, 17 de setembro de 2011

1a Expedição do PNPD - Porifera (6° mergulho - Praia do Francês, Marechal Deodoro, AL)

15 Set 2011 - Praia do Francês. Resolvemos repetir a dose. Nova incursão em SCUBA ao recife intermediário de Praia do Francês, com direito a novos achados de grande valia para nossos estudos.

Mariana, Victor e Sula prestes a iniciar o último mergulho desta expedição, no recife intermediário de Praia do Francês.

Sula fotografando um espécime que crescia próximo a uma grande Desmapsamma anchorata. Foto de M. Carvalho. 
O mergulho na base do flanco externo do recife intermediário de Praia do Francês transcorre em meio a grande número de grandes ouriços Diadema antillarum, cuja espetada é particularmente dolorosa. Convêm estar atento. Foto de S. Salani.

O inquilinismo é muito comum em poríferos, e ofiuros estão dentre os mais frequentes inquilinos. Aqui, um espécime de Niphates erecta associado a ofiuros, sem qualquer temor em exibir seus esguios braços. Foto de S. Salani.

Um dos gêneros mais abundantes de poríferos, e possivelmente o mais rico em Praia do Francês é Mycale. Nesta foto de S. Salani, uma Mycale microsigmatosa (vermelha) e uma M. (Aegogropila) ou M. (Naviculina) (laranja). Já estão registradas oito, talvez nove espécies deste gênero no local - alagoana, angulosa, citrina, diversisigmata, escarlatei, laxissima, magnirhaphidifera, microsigmatosa.

Aplysina solangeae, uma espécie descrita em homenagem à saudosa Profa. Solange Peixinho (UFBA). Foto de S. Salani.

Uma espécie que encontramos para a tese de Sula – Lissodendoryx sp. Este era o maior espécime visto até então.

Outro peixe que aprecia uma decoração de esponjas em sua loca, o peixe-soldado (Myripristis jacobus). Porque será que tais ambientes em Praia do Francês apresentam tão densa cobertura de poríferos, enquanto na Piscina dos Amores praticamente não havia esponjas em tetos de locas?

Uma “chuva” dentro de casa!? No teto da loca do peixe-soldado, esponjas do gênero Chondrosia reproduzem-se assexuadamente por gotejamento, aparentemente induzido pela gravidade.

“A novidade veio dar na praia”? Nos anos de 1980-90 não consta que houvesse tal variante azul de Mycale laxissima no Brasil. De uns tempos para cá essa se tornou comum, tendo sido observada também na Bahia. Assemelha-se à Mycale mirabilis observada na Grande Barreira de Corais.

Dois espécimes da Classe Calcarea, assemelhando-se a pequenos cactos, encontrados sob uma lajota de arenito, cada qual com 1-2 cm de comprimento. Representantes desta classe são bastante raros no litoral de Alagoas, ou talvez demasiadamente diminutos para fácil reconhecimento por observadores desatentos. Outros espécimes observados, seguramente de outras espécies, não ultrapassavam mais que 2-3 mm de diâmetro máximo.

Outro habitante de ambientes crípticos, observado mais frequentemente ao abrigo da luz, como a maioria das esponjas. Esta planária (Filo Platyhelminthes), excepcionalmente, rastejava tranqüila sobre o leito arenítico, tendo inclusive ensaiado um curto nado, devidamente filmado com a mesma câmera (Canon G10).

Despedida da Ecoscuba - da esq para a dir, Eduardo, Victor, Sula, Mariana, Flávia & Thai, e Steven.  O apoio da operadora será fundamental para permitir a expansão do mapeamento da espongiofauna local para além do recife externo. Pretendemos aproveitar alguma oportunidade no verão para iniciar a exploração de cabeços e naufrágios em busca de espécies distintas.


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